SILVA, Ilvana
Francisca da.
MEIRELES,
Adriana de.
SANTOS,
Josiana Maria dos.
PAIÃO, Maria
Lúcia
Na
perspectiva tradicional, a avaliação consiste em atribuir notas ou conceitos
aos alunos, de modo classificá-los. Trata-se de uma forma de julgar (do ponto
de vista do aluno) o fracasso ou o sucesso do aprendiz, o que se torna um
instrumento de discriminação e de controle social. As propostas educacionais recentes compreendem a avaliação
escola como uma ferramenta da qual o professor dispõe para refletir sobre sua
prática pedagógica. Assim a avaliação deve ocorrer continuamente, como parte
integrante e intrínseca do processo de ensino e aprendizagem, e não após o
fechamento de etapas de trabalho, como prática a tradição escolar.
Muitas
rupturas acontecem no vínculo entre professor e aluno, fruto de algumas
posturas imaturas e superficiais na relação professor / aluno, onde o
autoritarismo erroneamente confunde o ato de dar uma nota baixa com a postura
de um professor exigente. Será que ser exigente é fazer uso da nota como meio
de controlar o aluno? Será que ainda estamos vivendo na época em que os acertos
de contas professor / aluno eram feitos através das notas, que ficavam sob o
domínio absoluto da subjetividade de cada professor?
Avaliação e
nota de aluno são temas intensamente discutidos nos meios acadêmicos. Ainda não
foi encontrada uma forma absolutamente justa de aplicação. A meu ver, devemos
ter como termômetro, o olhar focado, para detectar o que o aluno sabe.
Quando isto não ocorre e fatos como os citados acontecem,
tiramos dele mais do que as notas no boletim. Tiramos notas da construção, da
autoestima e das possibilidades do indivíduo constituir-se como ser único.
Além disso,
ela não incide somente sobre o aluno, mas também sobre o professor. Isso quer
dizer que, quando se avalia a aprendizagem dos alunos, avalia-se o processo de
ensino. A avaliação é útil não apenas para fornecer subsídios ao professor, mas
também ao aluno, uma vez que, por meio dela, o aprendiz tem a oportunidade de
conscientizar-se sobre os conteúdos que aprendeu e aqueles que ainda precisar
dominar. Apontar o erro ou a deficiência é algo que deve ser entendido pelo
aluno como mais uma oportunidade de aprendizagem.
Em relação
às avaliações formais, sabemos que notas, boletins, diplomas, aprovação e
reprovação fazem parte da realidade escolar, pois são instrumentos por meio dos
quais a escola presta contas socialmente da tarefa que possui: a de ensinar.
Entretanto, muito mais do que dar notas, aprovar, o compromisso firmado pelo
professor deve ser o de ensinar, e o compromisso firmado pelo aluno, o de
aprender.
Embora seja
responsabilidade sua, o professor pode, em determinados momentos, delegar a
tarefa de avaliar o próprio aluno, ou seja, sugeri que ele avalie a si mesmo. A
autoavaliação é uma forma de desenvolvimento do senso critico e autocrítico e
favorece a construção da autonomia do aprendiz. Avaliar a aprendizagem,
portando, implica avaliar o ensino oferecido – se, por exemplo, não há
aprendizagem esperada, significa que o ensino não cumpriu sua finalidade: a de
fazer aprender.
PIMENTA, Selma Garrido (org.). Saberes pedagógicos e atividade docente.
São Paulo: Cortez, 1999, p. 15.
Palavras Chave: Avaliar; Aprendizagem; Ensino.
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