quinta-feira, 8 de novembro de 2012

A avaliação


SILVA, Ilvana Francisca da.
MEIRELES, Adriana de.
SANTOS, Josiana Maria dos.
PAIÃO, Maria Lúcia

            Na perspectiva tradicional, a avaliação consiste em atribuir notas ou conceitos aos alunos, de modo classificá-los. Trata-se de uma forma de julgar (do ponto de vista do aluno) o fracasso ou o sucesso do aprendiz, o que se torna um instrumento de discriminação e de controle social.          As propostas educacionais recentes compreendem a avaliação escola como uma ferramenta da qual o professor dispõe para refletir sobre sua prática pedagógica. Assim a avaliação deve ocorrer continuamente, como parte integrante e intrínseca do processo de ensino e aprendizagem, e não após o fechamento de etapas de trabalho, como prática a tradição escolar.
            Muitas rupturas acontecem no vínculo entre professor e aluno, fruto de algumas posturas imaturas e superficiais na relação professor / aluno, onde o autoritarismo erroneamente confunde o ato de dar uma nota baixa com a postura de um professor exigente. Será que ser exigente é fazer uso da nota como meio de controlar o aluno? Será que ainda estamos vivendo na época em que os acertos de contas professor / aluno eram feitos através das notas, que ficavam sob o domínio absoluto da subjetividade de cada professor?
            Avaliação e nota de aluno são temas intensamente discutidos nos meios acadêmicos. Ainda não foi encontrada uma forma absolutamente justa de aplicação. A meu ver, devemos ter como termômetro, o olhar focado, para detectar o que o aluno sabe.
Quando isto não ocorre e fatos como os citados acontecem, tiramos dele mais do que as notas no boletim. Tiramos notas da construção, da autoestima e das possibilidades do indivíduo constituir-se como ser único.
            Além disso, ela não incide somente sobre o aluno, mas também sobre o professor. Isso quer dizer que, quando se avalia a aprendizagem dos alunos, avalia-se o processo de ensino. A avaliação é útil não apenas para fornecer subsídios ao professor, mas também ao aluno, uma vez que, por meio dela, o aprendiz tem a oportunidade de conscientizar-se sobre os conteúdos que aprendeu e aqueles que ainda precisar dominar. Apontar o erro ou a deficiência é algo que deve ser entendido pelo aluno como mais uma oportunidade de aprendizagem.
            Em relação às avaliações formais, sabemos que notas, boletins, diplomas, aprovação e reprovação fazem parte da realidade escolar, pois são instrumentos por meio dos quais a escola presta contas socialmente da tarefa que possui: a de ensinar. Entretanto, muito mais do que dar notas, aprovar, o compromisso firmado pelo professor deve ser o de ensinar, e o compromisso firmado pelo aluno, o de aprender.
            Embora seja responsabilidade sua, o professor pode, em determinados momentos, delegar a tarefa de avaliar o próprio aluno, ou seja, sugeri que ele avalie a si mesmo. A autoavaliação é uma forma de desenvolvimento do senso critico e autocrítico e favorece a construção da autonomia do aprendiz. Avaliar a aprendizagem, portando, implica avaliar o ensino oferecido – se, por exemplo, não há aprendizagem esperada, significa que o ensino não cumpriu sua finalidade: a de fazer aprender.
           
PIMENTA, Selma Garrido (org.). Saberes pedagógicos e atividade docente. São Paulo: Cortez, 1999, p. 15.

Palavras Chave: Avaliar; Aprendizagem; Ensino.

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