PEREIRA,
Marilza de Almeida.
SANTOS,
Adriana Laura Aparecida dos
MORAES, Joelma
Tolon Foles.
SOUZA,
Rosangela Ribeiro de.
.
Fazendo um percurso pela história
oficial, levantamos algumas definições já ultrapassadas desta realidade, que é
inclusive graças a elas que historicamente foi-se delineando aos negros a
condição de excluídos e não possuidores de relevância no cenário social,
cultural e econômico brasileiro.
Em 1740, o Conselho Ultramarino
valeu-se da seguinte definição de Quilombo: “toda habitação de negros fugidos,
que passem de cinco, em parte despovoada, ainda que não tenham ranchos
levantados e nem se achem pilões nele”. Tal conceituação cristalizou a concepção
destes espaços de forma que ainda hoje se faz presentes no imaginário das
pessoas de forma negativa, pois se reporta há um período escravista, o qual não
abarca a diversidade das relações entre escravos e sociedade escravocrata e nem
as diferentes formas pelas quais os grupos negros apropriaram-se da terra.
Sobre conceito de quilombo
contemporâneo pode ser definido segundo Moura,1999 como “ comunidades negras
rurais habitadas por descendentes de escravos que mantêm laços de parentesco e
vivem, em sua maioria, de culturas de subsistência, em terra doada, comprada ou
ocupada secularmente pelo grupo”.
Ainda buscando outras definições
temos a de “campo negro” por Flávio dos Santos Gomes, que seria “uma complexa
rede social permeada por aspectos multifacetados que envolveu, em determinadas
regiões do Brasil, inúmeros movimentos sociais e práticas econômicas com
interesses diversos”. Neste sentido os remanescentes de Quilombos também foram
nomeados por “terras de preto” ou “território negro”, cujas denominações são
utilizadas por vários autores que enfatizam a sua condição de coletividade
camponesa, definida pelo compartilhamento de um território e de uma identidade.
Com o fim da escravidão muitas
famílias negras continuaram a viver em áreas de quilombos preservando os
costumes e a cultura de seus antepassados. Hoje essas famílias são denominadas
“comunidades remanescentes de quilombos” e a maioria ainda luta para garantir o
direito de ter o título de posse de seus territórios. O número de comunidades
quilombolas existentes pelo Brasil ainda é impreciso, junto com o processo de
titulação o governo está fazendo o processo de reconhecimento e catalogando as
comunidades remanescentes de quilombos no país.
MOURA, M. M. Os Deserdados da
Terra. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1998.
Palavras-Chave: Quilombo; Quilombola; Remanescentes.
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