quarta-feira, 7 de novembro de 2012

O lúdico e a prática pedagógica



SILVA, Ilvana Francisca da.
ARRUDA, Fátima Rosângela de.
SILVA, Ailze Nascimento da.
PAIÃO, Silvia Isabel Souza.



          Atualmente encontram-se várias pesquisas de relevância em torno do brincar. Isto ocorre, basicamente por duas razões. Por um lado a valorização da ludicidade para o desenvolvimento infantil e por outro o aumento da demanda de ensino na modalidade Educação Infantil. A escola contribui com a valorização do brincar quando coloca em sua rotina atividades lúdicas. Mas, na realidade esta situação é um tanto delicada, uma vez que raramente a ela oportuniza situações dentro e fora da sala de aula para que a criança se expresse, invente e jogue. No espaço escolar, a preocupação recai quase que exclusivamente com o desenvolvimento cognitivo da criança. Desconsidera-se se assim, que o brinquedo contém, em forma condensada, todas as dimensões do desenvolvimento socioafetivo, cognitivo e psicomotor.
          A construção de uma brinquedoteca é um esforço no sentido de salvaguardar a infância, nutrindo-a com elementos indispensáveis ao seu crescimento saudável e da sua inteligência. Não representa apenas oportunidade de acesso, mais do que isso, expressa uma filosofia de educação voltada para o respeito ao ser criança e às potencialidades que precisam de espaço para se manifestar.
          A atividade de brincar proporciona uma possibilidade de se aprender pragmaticamente as relações do indivíduo com realidade social, seja através de atividades dinâmicas ou desafiadoras que exijam uma participação realmente ativa da criança para deslinde de todas as situações apresentadas, além de sua adequação ao mundo exterior, ao outro.
          Brincar é a linguagem natural da criança, e a mais importante delas. Em todas as culturas e momentos históricos as crianças brincam (mesmo contra a vontade dos adultos). Todos os mamíferos, por serem os animais no topo da escala evolutiva, brincam, demonstrando a sua inteligência.
Entretanto, há instituições de Educação Infantil onde o brincar é visto como um "mal necessário", oferecido apenas por que as crianças insistem em fazê-lo, ou utilizado como "tapa-buraco" (para que o professor tenha tempo de descansar ou arrumar a sala de aula).
          A brincadeira é uma atividade essencial na Educação Infantil, onde a criança pode expressar suas idéias, sentimentos e conflitos, mostrando ao educador e aos seus colegas como é o seu mundo, o seu dia-a-dia.
          A brincadeira é, para a criança, a mais valiosa oportunidade de aprender a conviver com pessoas muito diferentes entre si; de compartilhar idéias, regras, objetos e brinquedos, superando progressivamente o seu egocentrismo característico; de solucionar os conflitos que surgem, tornando-se autônoma; de experimentar papéis, desenvolvendo as bases da sua personalidade. Cabe ao professor fomentar as brincadeiras, que podem ser de diversos tipos. Ele pode fornecer espelhos, pinturas de rosto, fantasias, máscaras e sucatas para os brinquedos de faz-de-conta: casinha, médico, escolinha, polícia-e-ladrão, etc.


SANTOS, Santa Marli Pires. Brinquedoteca: O Lúdico em Diferentes Contextos. Petrópolis: Vozes, 1997.

Palavras-Chave: Lúdico; Aprendizagem; Brinquedoteca.

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