WRONSKI, Nelsa
Jesiorski.
PEREIRA, Anne
Carolina da Silva.
SOUZA, Ângela
Marques
BARROS,
Beatriz Regina de.
.
O autor supracitado
ressalta que esse mundo podia ser pequeno, mas era eminentemente coerente, uma
vez que os jogos caracterizavam a própria cultura, a cultura era a educação, e
a educação representava a sobrevivência. A brincadeira é um elemento da cultura.
A criança não brinca numa ilha deserta. Ela brinca com as substâncias materiais
e imateriais que lhe são propostas. Ela brinca com o que tem na mão e com o que
tem na cabeça. Os brinquedos orientam a brincadeira, trazem-lhe a matéria.
Algumas pessoas são tentadas a dizer que eles a condicionam, mas, então, toda
brincadeira está condicionada pelo meio ambiente. Só se pode brincar com o que
se tem, e a criatividade, tal como a evocamos permite ultrapassar esse
ambiente, sempre particular e limitado.
A fantasia e a vontade
de brincar são natos nas crianças, mas a forma como se brinca e o objeto são
elementos da cultura e precisam ser ensinados,
neste sentido, as brincadeiras também precisam ser ensinadas na escola. Se
o elemento deste conjunto de conhecimentos que se deseja transmitir seja o “o
que” do jogo, ou seja, fizer parte do seu desenrolar, de sua estratégia, de
seus elementos de fantasia, da imaginação, o jogo funcionará como uma mídia, um
veículo de transmissão, uma interessante ferramenta educacional. A inclusão do
jogo infantil nas propostas pedagógicas remete-nos para a necessidade de seu
estudo nos tempos atuais. A importância dessa modalidade de brincadeira
justifica-se pela aquisição do símbolo. Ao brincar de faz de conta a criança
está aprendendo a criar símbolos. Os jogos de construção são considerados de
grande importância por enriquecer a experiência sensorial, estimular a
criatividade e desenvolver habilidades da criança.
Do ponto de
vista histórico, a análise do jogo é feita a partir da imagem da criança
presente no cotidiano de uma determina época. O lugar que a criança ocupa num
contexto social específico, a educação a que está submetida e o conjunto de
relações sociais que mantém com personagens do seu mundo, tudo isso permite
compreender melhor o cotidiano infantil, é nesse cotidiano que se forma a sua
autoimagem e a do seu brincar.
O lúdico e
as suas atividades infantis desde a antiguidade possuem passagens relevantes na
história social e humana. Até mesmo na trajetória do desenvolvimento da
humanidade, na antiguidade, todas as crianças e adultos participaram dos mesmos
ritos e brincadeiras. Dessa forma, a
sociedade, sem separação de idade, vivenciava seus laços e zelava por sua
união. Convém evidenciar que os jogos constituíram sempre uma forma de
atividade inerente ao ser humano. Entre os primitivos, as atividades de dança,
caça, pescam e lutas eram tidas como de sobrevivência, ultrapassando muitas
vezes o caráter restrito de divertimento e prazer natural. Esse mundo podia ser
pequeno, mas era eminentemente coerente, uma vez que os jogos caracterizavam a
própria cultura, a cultura era a educação, e a educação representava a
sobrevivência.
HUIZINGA,
Johan. Homo Ludens: o jogo como elemento
da cultura. São Paulo: Perspectiva, 1980. p.6.
Palavras-Chave:
Brincar; Cultura; Aprendizagem.
Nenhum comentário:
Postar um comentário