WRONSKI, Nelsa
Jesiorski.
MEIRELES,
Adriana de.
SANTOS,
Josiana Maria dos.
FERREIRA,
Angela Maria da Costa.
Reconhecer que a criança elabora
teorias a respeito do sistema de escrita é fundamental para que o professor
compreenda os processos pelos quais ela passa para se apropriar desse sistema.
Esses processos são revelados quando a criança encontra no ambiente
alfabetizador um espaço para a expressão dos seus pensamentos, de suas formas
de compreensão e dos seus “erros”. Além desse espaço de expressão, a criança
necessita ser estimulada e desafiada para que reveja as hipóteses construídas e
as abandone por hipóteses mais generalizadas.
Como todo
processo de elaboração de conhecimento, compreendido na sua dimensão dialética,
é importante perceber que, ao transformar o objeto de conhecimento, a criança
também se transforma e, quando este processo se dá de forma significativa, ela
possui a seu dispor novos esquemas mentais que utilizará nos próximos desafios.
Porém, é preciso ressaltar que cada criança possui um ritmo próprio para essa
elaboração.
Isso
significa que a alfabetização não é o desenvolvimento da capacidade relacionada
à percepção, memorização e treino de um conjunto de habilidades
sensório-motoras. É, antes, um processo no qual as crianças precisam resolver
problemas de natureza lógica até chegarem compreender de que forma a escrita
alfabética em português representa a linguagem, e assim poderem escrever e ler
por si mesmas. Nessa perspectiva, a aprendizagem da linguagem escrita é
concebida como a compreensão de um sistema de representação e não somente como
aquisição de um código de transcrição da fala.
Na
concepção atual, a alfabetização não precede o letramento, os dois processos
podem ser vistos como simultâneos, entendendo que no conceito de diferente, alfabetização
estaria compreendido o de letramento e vice-versa. Isto será possível se a
alfabetização for entendida além da aprendizagem grafofônica e que em
letramento inclui-se a aprendizagem do sistema de escrita. A conveniência da
existência dos dois termos, que embora designem processos interdependentes,
indissociáveis e simultâneos, são processos de natureza diferente, uma vez que
envolve habilidades e competências específicas, implicando, com isso, formas
diferenciadas de aprendizagem e em consequência, métodos e procedimentos
diferenciados de ensino. De acordo com Soares (2003), alfabetização e
letramento são processos distintos, de natureza essencialmente porém, são
interdependentes e indissociáveis, pois uma pessoa pode ser alfabetizada e não
ser letrada ou ser letrada e não ser alfabetizada.
MARUNY, Luís Curto. Escrever e
ler: como as crianças aprendem e como o
professor pode ensiná-las a ler e a escrever. Porto Alegre: Artmed.
Editora, 2000.
SOARES, Magda. Letramento e escolarização. São Paulo:
Global, 2003.
Palavras-Chave: Criança; Ler; Escrever.
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