sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Lúdico como proposta pedagógica


WRONSKI, Nelsa Jesiorski.
PEREIRA, Anne Carolina da Silva.
SOUZA, Ângela Marques.
FERREIRA, Angela Maria da Costa

            Ao ser ampliado o Ensino Fundamental para nove anos, um desafio se apresentou para a estruturação dos currículos e das propostas pedagógica: quais seriam os conteúdos específicos, as habilidades ou os desenvolvimentos esperados para a criança de seis anos, que deixa de pertencer ao universo da Educação Infantil e suas especificidades, e passa a fazer parte de outro universo em que expectativas já se apresentam de forma diferenciada.
            Alguns eixos organizados do processo de educação e letramento foram estabelecidos, alterando profundamente a visão que do que significa alfabetizar, ao considerar a inserção real da criança no universo das práticas letradas como essencial ao processo. Paralelamente fez-se necessário repensar as peculiaridades de uma criança de seis anos, suas especificidades e necessidades, de modo a segurar seu desenvolvimento físico, psicológico, intelectual, social e cognitivo no contexto do Ensino Fundamental. Ao se delinearem as singularidades que caracterizam esse período da infância, um aspecto se apresenta como fundamental nas reflexões que devem envolver as práticas pedagógicas destinadas a essa faixa etária: o brincar como parte da natureza da criança.
            Se assim entendermos, estaremos convencidos de que este é o momento de recolocarmos no currículo dessa etapa de educação básica o brincar como um modo de ser e estar no mundo. O brincar como uma das prioridades de estudo nos espaços de debates pedagógicos, nos programas de formação continuada, nos tempos de planejamento. O brincar como expressão legítima e única da infância, o lúdico como um dos princípios para as práticas pedagógicas, a brincadeira como possibilidade para reconhecer mais as crianças e as infâncias que constituem os anos do Ensino Fundamental de nove anos.
Vale lembrar que a educação lúdica integra uma teoria profunda e uma prática atuante. Seus objetivos, além de explicar as relações múltiplas do ser humano em seu contexto histórico, social, cultural, psicológico, enfatizam a libertação das relações pessoais passivas, técnicas para as relações reflexivas, criadoras, inteligentes, socializadoras fazendo do ato de educar um compromisso consciente intencional, de esforço sem perder o caráter de prazer, de satisfação individual e modificador da sociedade.
          Com este trabalho pode-se repensar nas formas de se trabalhar com o lúdico, na educação infantil e também nas séries iniciais, pois cabe ao educador, promover, apoiar e conquistar o aluno para o ensino e aprendizado através das várias formas de brincar, conquistando-os por meio de recursos e instrumentos que façam parte do seu mundo, da sua etapa de desenvolvimento, para que o aluno se sinta acolhido e se integre por inteiro à aprendizagem e, que as capacidades adquiridas pelos alunos no momento das diversas brincadeiras possam ser vistas como precisam, com reconhecimento, valorização e acima de tudo como imprescindíveis à construção de novas capacidades e/ou conhecimentos.

KISHIMOTO, Tizuko Morchida. Jogo, Brinquedo, Brincadeira e a Educação. 12 ed. São Paulo: Cortez, 2009.

Palavras-Chave: Lúdico; Educação Infantil; Aprendizagem.

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