RIBEIRO, Sueli Elaine Santos.
O lúdico é
uma forma criativa para ensinar. O brincar envolve o mundo real, o físico, a
arte, a imaginação, o afeto, o que facilita o desenvolvimento e o crescimento
da criança e, desta forma, ela passa a compreender o mundo em que esta inserida
e respeite os indivíduos do meio social em que vive. Brincar é componente vital no processo
criativo. Brincar leva as crianças a um estado mental que contem muitos dos
elementos necessários para que possa ser criativa, para despertar a
curiosidade, a imaginação, a experimentação, a fantasia, a especulação ou, até
mesmo, a inversão de papeis e espanto (a criança imita o parceiro e cria suas
próprias reações: balança o corpo, bate palmas, vira ou levanta a cabeça,
etc.).
Ao analisar
as contribuições dos jogos para o desenvolvimento das crianças no
ensino-aprendizagem, percebemos que esta atividade dá possibilidades de a
criança se conhecer por si mesma e a formar conceitos sobre o mundo e a cultura
em que vive, pois através do lúdico há o despertar da curiosidade, do
interesse, da motivação, da socialização e da interação. Os profissionais
acreditam que as atividades lúdicas vêm enriquecendo os conteúdos de forma
inovadora no ensino-aprendizagem, onde brincar é sem duvida um método que
procura proporcionar um ensino mais significativo, no entanto, a maneira com
que utilizam os jogos é diferenciada, sendo que para uns a ludicidade aprimora
seu ensino e para outros servem mais como um meio de distração para as
crianças.
Ao fornecer
situações lúdicas, prazerosas, de relaxamento, de alegria, de reflexão, a
criança se liberta de suas amarras sociais, alterando seu estado de ânimo e de
inter-relacionar sentimentos, emoções e intuições, sendo capaz de liberar sua
criatividade, espontaneidade e imaginação. Por meio das atividades praticas de
dinâmica de grupo ou sensibilização a criança envolve-se e sente a necessidade
de partilhar com o outro. A criança aprende enquanto brinca e é o brincar com
outras crianças que permite, a ela, conhecer, o criar, o respeitar regras e
normas, o partilhar e o dialogar.
No entanto, o trabalho lúdico a ser
desenvolvido na escola não deve ser apenas utilizado como um recurso didático,
no qual se aproveita o fascínio da criança pelo brinquedo para garantir que o
conteúdo escolar seja transmitido, deve haver uma dosagem entre a utilização do
brincar como forma de obtenção dos objetivos escolares e também a forma de
brincar espontaneamente, onde não haja regras, nem objetivos previamente
estabelecidos, mas garantindo à criança seu direito de escolha, a utilização de
seu livre arbítrio, conjugando com a capacidade que tem de lidar com o outro.
Ao jogar, o aluno é levado a exercitar suas habilidades mentais e a buscar
melhores resultados para vencer.
Através das
brincadeiras as crianças aprendem a utilizar as oportunidades que surgem no
decorrer de sua vida, uma vez que os jogos constituem-se em expressão e
condição para o desenvolvimento infantil e as crianças quando jogam assimilam e
podem transformar sua própria realidade. Outro aspecto a ser ressaltado nos
jogos e brincadeiras, é a transmissão da cultura, pois brincadeiras, jogos
tradicionais e obras antigas estão se perdendo no tempo. O Conto de Fadas, por
exemplo, tem grande importância para a vida da criança, pois permite que ela se
compare ao herói, dando vida à sua imaginação. A cultura popular foi deixada de
lado e passado a responsabilidade lúdica para a civilização tecnológica, mas
não podemos esquecer que as brincadeiras fazem parte do patrimônio lúdico-cultural,
traduzindo valores, costumes, formas de pensamentos e ensinamentos, a criança
vai conhecendo o mundo a partir de suas próprias ações. Nesse processo de
construção do conhecimento, o estado emocional da criança é primordial na
formação de sua personalidade.
KISHIMOTO,
Tizuka Morchida. Jogos Infantis: O jogo,
a criança e a educação. Petrópolis: Vozes, 1999.
Palavras-Chave: Brincadeiras; Desenvolvimento;
Educação
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