quinta-feira, 8 de novembro de 2012

A construção do vínculo professor/aluno


PEREIRA, Anne Carolina da Silva.
SOUZA, Ângela Marques.
PAIÃO, Maria Lúcia
FERRARI, Erika.

              As investigações contemporâneas relativas ao processo de construção do conhecimento nos remetem a um novo olhar e a uma nova perspectiva epistemológica e pedagógica a seu respeito. Sabe-se, hoje, que a criança aborda o mundo na tentativa de compreendê-lo, de maneira curiosa e ativa, ocasionando esquemas de ação e elaborando hipóteses que buscam responder às indagações. Reconhece-se, ainda, que os objetos dos quais a criança tenta se apropriar estão histórica e culturalmente dados e que, portando, as condições sociais e históricas e a linguagem, especificamente, funcionam como elementos mediadores entre a criança e eles.
              Nesse sentido, é importante pensar a construção dos vínculos entre a criança, o professor como elementos que fundam e “alimentam” o processo de ensino aprendizagem, além de buscar compreensão do momento histórico no qual esse processo se insere.           A perspectiva descrita nos remete a uma proposta de ensino-aprendizagem que busca contribuir uma relação significativa entre o sujeito-aprendiz e o objeto de conhecimento, midiatizada pelo professor.
              Outro elemento fundamental é a relação entre os pares e a relação do aluno no grupo visando à elaboração coletiva do conhecimento e à relação dialógica entre crianças e professor, numa tentativa de construir um espaço ético no qual a singularidade de cada um é considerada e a relação com o outro, valorizada. Assim, além dos aspectos cognitivos e sócios interativos da aprendizagem, outra questão básica do aprender é o vínculo afetivo que deve ser construído, sem qual a aprendizagem não se torna significativa. É preciso que o professor procure construir com o aluno a relação dinâmica com cada projeto de trabalho, buscando significar a experiência cotidiana.
              A afetividade no dia-a-dia da sala de aula se reflete na preocupação com os alunos, reconhecendo-os como seres autônomos, mostrando exigências coerentes e uma atitude de confiança e respeito à sabedoria e à condição de aprendiz de cada um. Quantas sutilezas estão contidas no mistério da aprendizagem. A maior delas talvez seja a simples fé de que o aluno vai aprender... e a fé move montanhas. O professor queira ou não, interfere positiva ou negativamente na formação de seu aluno, quando coloca em pauta o seu potencial de aprendiz e fragiliza o vínculo estabelecido nas relações.
              É importante que o professor perceba-se como facilitador do processo de aprendizagem, pois, quando a relação que estabelece com seu aluno é pautada no vínculo e no afeto, propicia a ele a oportunidade de: mostrar, guardar, criar, entregar o conhecimento e permite que o outro possa investigar, incorporar e apropriar-se do conhecimento. Desta forma há uma relação que ultrapassa o nível acadêmico e permite que ocorra um olhar diferenciado em direção ao desconhecido.

RANGEL, Iguatemi Santos. SOARES, Maria da Conceição Silva. O professor reflexivo. In. CARVALHO, Janete Magalhães (org). Diferentes perspectivas da profissão docente na atualidade. 2. ed. Vitória: Edufes.
2004, p. 76-112.

Palavras-Chave: Professor; Aluno; Afetividade.

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