PEREIRA, Anne
Carolina da Silva.
SOUZA, Ângela
Marques.
PAIÃO, Maria
Lúcia
FERRARI, Erika.
As
investigações contemporâneas relativas ao processo de construção do
conhecimento nos remetem a um novo olhar e a uma nova perspectiva
epistemológica e pedagógica a seu respeito. Sabe-se, hoje, que a criança aborda
o mundo na tentativa de compreendê-lo, de maneira curiosa e ativa, ocasionando
esquemas de ação e elaborando hipóteses que buscam responder às indagações.
Reconhece-se, ainda, que os objetos dos quais a criança tenta se apropriar
estão histórica e culturalmente dados e que, portando, as condições sociais e
históricas e a linguagem, especificamente, funcionam como elementos mediadores
entre a criança e eles.
Nesse
sentido, é importante pensar a construção dos vínculos entre a criança, o
professor como elementos que fundam e “alimentam” o processo de ensino
aprendizagem, além de buscar compreensão do momento histórico no qual esse
processo se insere. A
perspectiva descrita nos remete a uma proposta de ensino-aprendizagem que busca
contribuir uma relação significativa entre o sujeito-aprendiz e o objeto de
conhecimento, midiatizada pelo professor.
Outro
elemento fundamental é a relação entre os pares e a relação do aluno no grupo
visando à elaboração coletiva do conhecimento e à relação dialógica entre
crianças e professor, numa tentativa de construir um espaço ético no qual a
singularidade de cada um é considerada e a relação com o outro, valorizada. Assim,
além dos aspectos cognitivos e sócios interativos da aprendizagem, outra
questão básica do aprender é o vínculo afetivo que deve ser construído, sem
qual a aprendizagem não se torna significativa. É preciso que o professor
procure construir com o aluno a relação dinâmica com cada projeto de trabalho,
buscando significar a experiência cotidiana.
A
afetividade no dia-a-dia da sala de aula se reflete na preocupação com os
alunos, reconhecendo-os como seres autônomos, mostrando exigências coerentes e
uma atitude de confiança e respeito à sabedoria e à condição de aprendiz de
cada um. Quantas sutilezas estão contidas no mistério da aprendizagem. A maior
delas talvez seja a simples fé de que o aluno vai aprender... e a fé move
montanhas. O professor queira ou não, interfere positiva ou negativamente na
formação de seu aluno, quando coloca em pauta o seu potencial de aprendiz e
fragiliza o vínculo estabelecido nas relações.
É
importante que o professor perceba-se como facilitador do processo de
aprendizagem, pois, quando a relação que estabelece com seu aluno é pautada no
vínculo e no afeto, propicia a ele a oportunidade de: mostrar, guardar, criar,
entregar o conhecimento e permite que o outro possa investigar, incorporar e
apropriar-se do conhecimento. Desta forma há uma relação que ultrapassa o nível
acadêmico e permite que ocorra um olhar diferenciado em direção ao
desconhecido.
RANGEL, Iguatemi Santos. SOARES, Maria da Conceição Silva. O
professor reflexivo. In. CARVALHO, Janete Magalhães (org). Diferentes perspectivas da profissão docente na atualidade. 2. ed.
Vitória: Edufes.
2004, p. 76-112.
Palavras-Chave: Professor; Aluno; Afetividade.
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